domingo, maio 20, 2018

MARCELO HAIACHI, PRODUÇÕES ACADÊMICAS COM BOA PESQUISA SOBRE PCD

Eis aí o que considero uma boa e importante postagem sobre estudos de pesquisa, publicados para acesso acadêmico, e posto aqui dando o merecido crédito a um camarada que conheço há muito, e por conta disso vimos em nossas jornadas, sempre nos vendo em eventos e mantendo contato; sendo assim, sei o quanto ele é envolvido no paradesporto, tanto na prática, quanto em estudos correlatos. Por isso, naturalmente o 'parça', autor e co-autor desses trabalhos, Marcelo Haiachi, merece muito toda e possível notoriedade, reconhecimento com congratulações e disponibilização (que deixo aqui nos três hiperlinks) de seus estudos e escritos para que saibam um pouco de suas ideias e incansável labuta pelo esporte em geral, pelo homem e sociedade contemporânea, seja com deficiência ou não.
As três autorias Marcelo Haiachi
Daí que quando o amigo Marcelo me procurou no ano passado para participar respondendo algumas questões para a sua tese de doutorado, é claro que topei de cara, mesmo sem saber ainda direito do que se tratava e esclarecendo-lhe que não era mais atleta e que não estava mais envolvido com o paradesporto - ele me convenceu que cabia sim e era pertinente a minha participação - todavia, congratulando o novo título do sujeito, eis aí, com muitos parabéns, seu merecido resultado acadêmico.
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/168821

Resuno: Esta tese apresenta como tema o curso de vida do atleta com deficiência. Como base conceitual foi utilizada a teoria do curso de vida, que consiste no caminho percorrido pelo indivíduo, marcado por eventos ocorridos ao longo do tempo. Estes eventos apresentam uma ligação direta com a obtenção dos recursos necessários para o seu desenvolvimento humano: boa saúde, bom domínio do conhecimento, certo nível de segurança econômica e boas relações sociais. A deficiência e o esporte aparecem como transições importantes para o curso de vida de atletas com deficiência. Neste sentido o objetivo do estudo é descrever o curso de vida do atleta com deficiência. Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa que se justifica pela necessidade de se compreender os significados, os comportamentos e as características situacionais de como o atleta com deficiência constroem o mundo a sua volta. Foram entrevistados 23 atletas com deficiência (física - 16, visual - 4 e intelectual - 3), de característica congênita - 9 ou adquirida - 14. Estes atletas praticantes de diferentes esportes (coletivos - 06, individuais - 08) com uma concentração maior do sexo masculino (17 atletas) em relação ao feminino (06 atletas). Para interpretação dos dados foram reunidas 19 horas, 11 minutos e 42 segundos de material obtido a partir de entrevistas. A codificação e categorização foi auxiliada pela utilização do software NVIVO, versão 11 pro, disponibilizado à comunidade UFRGS e ancorada na análise de conteúdo. Foram estabelecidas a priori, com o apoio do referencial teórico, cinco categorias principais (contexto sociocultural, deficiência enquanto evento, esporte enquanto evento, trajetória esportiva e transições marcantes) e 19 subcategorias. A partir das análises surgiram cinco subcategorias a posteriori. A família teve um papel determinante no curso de vida dos atletas assim como a militância política a partir da criação de associações, participação em comissões nacionais e cargos de confiança na administração pública. A capacidade multiplicadora de divulgar informação e de auto-defesa dos direitos da pessoa com deficiência também se fez presente no estudo. Este empoderamento obtido a partir do envolvimento com o esporte e a fé foram pontos que aproximaram o curso de vida destes atletas sendo a obtenção de recursos, principalmente recursos financeiros, o ponto de maior distanciamento entre eles. Ter um bom nível de entendimento das ações que o cercam, faz da educação um fator determinante para conquista da profissão e, muitas vezes, de uma melhor ocupação no mercado de trabalho. Neste sentido, procuramos “utilizar os conhecimentos para transformar uma vida” ao reforçar o papel do esporte na construção da autonomia e na capacidade de guiar seu próprio curso de vida.

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E meio a tal entrevista, ao informá-lo de minha nova área de atuação, agora nas artes plásticas na pintura pela apbp.com, Marcelo solicitou uma participação minha numa publicação web de cunho científico e cultural (com capa e histórico), volume 11 o 1º de 2018, da qual ele era um dos dedicados participantes - claro que topei de cara, pois, além de uma grande honra, uma boa divulgação de minha carreira na pintura.
http://www.brajets.com/index.php/brajets/index
Texto da capa: A Associação dos Pintores com a Boca e os Pés começou em 1956 quando Erich Stegmann, um artista que pintava com a boca, reuniu um pequeno grupo de artistas com deficiência física de 8 países europeus. Seu objetivo era ganharem o seu próprio sustento através de seus esforços artísticos e obter uma segurança de trabalho que até então eles não tinham. Juntando suas habilidades criativas com uma visão de negócios, Stegmann fundou a Associação dos Pintores com a Boca e os Pés como uma organização corporativa que reproduz os trabalhos dos seus artistas principalmente na forma de cartões, calendários e outros produtos. O pequeno grupo que ele reuniu no encontro inaugural da Associação dos Pintores com a Boca e os Pés agora cresceu significativamente e representa aproximadamente 800 artistas em 75 países ao redor do mundo. Atualmente há 53 artistas no Brasil, muitos dão palestras e demonstrações de pintura para escolas, empresas e outros grupos interessados, oferecendo uma melhor compreensão do trabalho que está sendo feito pela Associação e as possibilidades disponíveis como oportunidade para as pessoas com deficiência.

Jefferson Maia, natural do Rio de Janeiro, RJ; Pedagogo e Artista Plástico é ex-profissional do mergulho profundo na Bacia de Campos, aposentado com lesão física, tetraplegia, aos 23 anos por acidentes. Na etapa inicial de vida como tetraplégico, das sequelas físicas e o processo de reabilitação, o ingresso como atleta no paradesporto com medalhas em: Natação e Rugby em Cadeira de Rodas (pioneiro da modalidade no Brasil); ex-Presidente/atleta do Rio Quad Rugby Clube; capitão da 1ª seleção Brasileira na Colômbia em 2008; Melhor Atleta Defensor no campeonato brasileiro de 2009; e outros diversos títulos nas Desportivas Adaptadas da Confederação Brasileira de Pesca CBPDS/Clube Barracuda. 

Algumas premiações e reconhecimento: § Iº Troféu Beija-Flor – RIOVOLUNTÁRIO, em Dezembro de 1997; § Condução da Tocha Parapanamericana de 2007; § Moção de Congratulações na Câmara Municipal de Mesquita, em Abril de 2010 ; § Moção de Congratulações na Câmara Federal dos Deputados, em Fevereiro de 2013; § Moção de Congratulações na Câmara Municipal do Rio de Janeiro em Junho de 2015; § Medalha da Vida Operação Lei Seca – Alerj em 2014; e § Condução da Tocha Olímpica nos Jogos Rio 2016. Atuante na carreira artística, desde 2009, adaptando-me com a tetraplegia e limitação nas mãos pintando com a boca - de forma autodidata e cursos, trocando conhecimento em óleo e acrílica. É pintor artístico bolsista exclusivo da Associação Pintores com a Boca e os Pés(APBP) com obras mundialmente reproduzidas bem como diversas atuações em matérias de mídia, como em apresentação ao vivo, exposições e concursos. Algumas de suas principais participações: § Convidado Especial na Bienal de Vidigueira, em Portugal no ano 2010; § Exposição com menção honrosa no Salão do Mar e Salão de Artes do Clube Naval; § Exposição com menção honrosa no Salão do Corpo de Fuzileiros Navais; § Exposição com menção honrosa na 69ª Regata Escola Naval § Exposição com menção honrosa nos Salões de Artes ABRAMMIL; § Exposição com menção honrosa nos Salões da ABD; e § Exposição com menção honrosa nos Salões Sociedade Brasileira de Belas Artes. 

Jefferson Maia (jeffersonmaia@gmail.com) Nascido em 18/04/1964 no Rio de Janeiro, RJ. Ficou tetraplégico em decorrência de um tiro no pescoço ao reagir a um assalto, mas teve mais lesões agravadas em um acidente de carro. Com a tetraplegia, formou-se em pedagogia e atuou no Paradesporto. Começou a pintar com a boca, surpreendendo-se com a capacidade e, muito feliz com o desempenho, ainda participa de salões com notoriedade e prêmios; por isso, na arte, pinta e se aprimora todos os dias. Pintor artístico bolsista exclusivo da Associação de Pintores com a Boca e os Pés (APBP) com obras mundialmente reproduzidas em calendários, cartões, etc. Atuação em matérias de mídia, apresentação ao vivo, exposições e concursos. Convidado Especial: Bienal de Vidigueira - Portugal – 2010; Menções Honrosas, troféus e Medalhas: Salão do Mar e Salão de Artes do Clube Naval; Salão do Corpo de Fuzileiros Navais ; 69ª Regata Escola Naval (gincana de pintura) Salões de Artes ABRAMMIL; Salões da ABD e Salões Sociedade Brasileira de Belas Artes e outros.

Jefferson Maia Pintores com a Boca e os Pés (APBP) Rio de Janeiro, RJ, Brasil jeffersonmaia@gmail.com

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E por fim, culminando a última publicação de Marcelo, - ufa -, - essa de co-autoria com outros dedicados ao desporto olímpico e paralímpico no estado do Sergipe, pelo IV Ciclo de Debates.
Duas publicações: IV Ciclo de Debates em Estudos Olímpicos e Paralímpicos
1º Volume: https://segrase.se.gov.br/edise/produto/140/impresso

2º Volume: https://segrase.se.gov.br/edise/produto/147/impresso

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O mais deixar além de um grande salve ao Marcelo Haiachi! Um notório valeu, com seu próprio recado final:
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Em menos de 10 meses entendi como é importante o equilíbrio entre a teoria e a prática. Sempre gostei de somar forças.
Não trabalho sozinho e sim em parceria com um grupo de pesquisadores do mais alto nível.
Agradeço a todos por acreditarem nas minhas loucuras e por estarem sempre ao meu lado.
Que venham novos desafios!!!!!
As três produções abaixo estão disponíveis gratuitamente para download. Peço que divulguem e aproveitem a leitura. MH
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